Chegámos a uma fase de vida – trazida pela Era de Aquário – em que temos mesmo que mudar paradigmas, formas de agir e de pensar, e consequentemente, de actuar.
Assim, há que rever a velha forma dependente, carente e desresponsabilizante de usar (e abusar) dos Oráculos, sejam eles o tarot, as runas, as pedras, os búzios, a astrologia, o espelho, as borras, o I Ching, etc., porque eles já nem respondem da mesmas maneira às habituais perguntas. É curioso ver como as ferramentas de crescimento pessoal avançaram e nós insistimos nos mesmos padrões comportamentais mecanizados.
O Tarot, tal como outras formas de comunicar com os deuses, ou com o nosso inconsciente, tecnicamente falando, adaptou-se ao tempo actual, nas respostas maravilhosas que dá. Qualquer bom tarólogo pode confirmar o que digo.
A forma como o Tarot responde já não é determinista, não é limitadora, não é fechada.
Perguntas como ‘Vou casar?’, o Tarot pode e responde muitas vezes, ‘Sim, se quiseres’, ‘Sim, se saíres do casulo’. Não é maravilhoso? A verdade é que muita gente quer casar sem qualquer gesto da sua parte. E este é apenas um exemplo entre muitos. Ou alguém que quer mudar de emprego e nem um CV envia!
Estas pessoas esperariam qualquer coisa como bater-lhes à porta a oferecer meia dúzia de excelentes propostas! Algumas destas pessoas, na letargia em que se encontram, provavelmente nem a porta abririam!
Mais, queremos que o Oráculo garanta que a relação – ou o projecto, ou o emprego, ou o caminho -, vai dar certo sem fazermos o mínimo de esforço, sem nos entregarmos, nem envolvermos. Como pode algo crescer desta maneira superficial?! Não pode e não cresce.
O Oráculo serve para nos aconselhar, para nos ajudar a escolher os melhores caminhos e com isso evitar, tanto quanto nos for possível em termos karmicos, a dor escusada. A responsabilidade da escolha não é do Tarot, é nossa. Crescemos assim, tentando, errando, voltando a tentar até se chegar ao objectivo. É daqui que advém a maturidade. Fechados na redoma, crescemos como?
Vivemos numa era em que podemos exercer o livre-arbítrio! Não é maravilhoso, isto? É! Podemos escolher! Mas com a escolha vem a responsabilidade, verdade? É isto que assusta muitos… A escolha de algo pressupõe a rejeição de outro qualquer algo. Aliado a isto, há ainda o pavor do desconhecido, daí querer-se que os Oráculos garantam que tudo vai correr bem, tipo história encantada da Disney. Estamos tão formatados…
Urano veio quebrar com estes vínculos antigos e obsoletos e impor novas regras de comportamento. Há que exercer o nosso poder pessoal! Há que acreditar muito mais em nós próprios e sermos mais valentes, porque a vida até nos quer surpreender. Porém, nós, os humanos, ainda temos demasiada tralha mental que cega, tira o brilho e a força, e trava o caminho para a Luz.
Nas minhas consultas, uso sempre a expressão ‘poderá’, mais que uma vez porque tudo está nas mãos do nosso querid@ Consulente. Tudo! Contudo, muitas vezes, há a insistência por parte das pessoas querendo uma garantia… Não podemos dar garantias porque o comportamento dos intervenientes pode mudar em qualquer altura. Logo, o resultado muda, certo?
Então, em vez de perguntarmos ‘Vou casar?’, perguntemos ‘Há algo que deva mudar/melhorar em mim para vir a ter uma relação bonita e estável? Se o fizer poderá acontecer?’ O que vos parece, pode ser?
Confesso-me cansada de ver o Tarot – e todos os outros oráculos – maltratado. O que vem a público é pobre, muito pobre. A grande maioria das pessoas ainda não sabe como funcionar com estes excelsos veículos de comunicação, no entanto, a responsabilidade é daqueles que têm a oportunidade de mostrar condignamente como se utiliza, mas não o fazem, bem pelo contrário, usam-no apenas como uma ferramenta de adivinhação – e até aí de forma redutora – e como forma de ganhar dinheiro, vendendo mezinhas, por exemplo, de forma tão absurdamente humilhante para muitos que querem dignificar esta área! Mezinhas não têm nada a ver com Oráculos! E por aqui me fico.
Vamos trabalhar no nosso QE (quociente emocional e espiritual) e usar o Oráculo com respeito e dignidade? Façamos Deles amados e respeitados Companheiros de Viagem.